Vozes da Rádio, quinteto vocal do Porto, chegan este venres a Vigo para participar na xornada de Ponte nas Ondas e presentaren o seu disco "Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal".
Vozes da Rádio son un quinteto vocal formado en 1991 na cidade do Porto. É un dos grupos revelación da música en Portugal. Con varios discos editados veñen de lanzar o último traballo titulado “Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal”. Van participar coas súas Vozes na xornada radiofónica de Ponte...nas ondas! e xunto con Luar na Lubre e Socorro Lira na VII MOSTRA DA ORALIDADE GALEGO-PORTUGUESA que vai celebrar o 6 de xuño no exterior do Verbum en Samil, Vigo. Xa adiantaron un tema composto por eles para a XIV edición de Ponte..nas ondas! Trátase de Ponte ao meu lado, gravado xunto coa galega Guadi Galego e do que se realizou un videoclip que foi estreado o día das Letras Galegas.
Responde ás nosas preguntas Jorge Prendas, un dos integrantes da formación:
A vosa traxectoria está asociada a oralidade, no sentido máis literal?
Sendo este um grupo que usa só a voz, a oralidade toma um papel principal em tudo que fazemos. Temos variados tipos de trabalho: quando cantamos originais em português, temos grande preocupação com as letras que cantamos. Aí a palavra e a forma como é dita é fundamental. É a oralidade literária. No caso das versões mais divertidas, e cantadas em qualquer língua, o som é o importante: o imitar a guitarra, o imitar os metais, todos os sons que fazemos, sons que não são palavras, são também formas de oralidade. Daí que podemos dizer que somos a personificação da oralidade!
A que se debe o voso nome ?
Dar um nome a um grupo não é fácil. Tudo começou em 1991. Andávamos à procura de um nome e vinha-nos á memória os grupos a cappella dos anos 30, 40. Os anos de ouro da rádio. Por outro lado nessa altura tinha passado um filme de Woody Allen “Rádio Day” (Os dias da Rádio). Juntámos tudo e saiu “Vozes da Rádio”.
Ides ser as Vozes da Ponte no día 6 de xuño ?
Queremos ser as Vozes de todos, e que todos levem as nossas vozes. Seremos seguramente as Vozes da Rádio de sempre: a mesma alegria, a mesma diversão em fazer aquilo que se gosta. Se conseguirmos transmitir isso, então estou certo que conseguiremos ser lembrados por esta noite de Junho.
En que medida está presente a música tradicional nas vosas interpretacións ?
Não é o principal do nosso repertório. Nós somos um grupo muito variado no repertório. Tanto temos uma canção popular, como a seguir temos um clássico Rock dos anos 60. A nossa ideia é de um permanente divertimento vocal, mostrando o que as pessoas não estão à espera. Andamos há 17 anos a cantar e com isso a tentar mostrar que cantar pode ser uma coisa tão divertida e tão animada como qualquer outro concerto. Temos tentado “dessacralizar” a ideia normal de coro de igreja que existe à volta de grupos como este. Para isso servimo-nos de canções ora populares, ora mais ligeiras, ora pop/rock. Não temos uma linha homogénea em termos de repertorio.
O patrimonio cultural común con Portugal, está suficientemente descrito e divulgado ?
Não. Enquanto Português sinto-me ignorante e mal informado sobre tudo o que históricamente nos une. Culturalmente sinto essa ligação quando vou à Galiza. É o mesmo que se sente quando se vai a casa de um familiar, há coisas que nos unem, sejam as festas populares, a paisagem, a comida. A língua, também é claro. Mas faz parte da vivencia, da experiencia de ir muitas vezes à Galiza desde pequeno.
Que podemos facer galegos e portugueses nunha Eurorregiao no século XXI ?
Continuo a acreditar que a defesa dos valores culturais que nos unem será o grande desafio para o futuro. Um país, ou neste caso uma região, que não conheça e não repeite o seu passado, não tem grande futuro. Temos por isso que conhecer, respeitar e dignificar as nossas afinidades. Temos que nos bater por elas seja no plano económico, no plano politico ou social.
Cres que o patrimonio inmaterial galego-portugués merece ser recoñecido como Patrimonio da Humanidade ? Credes que debe ter outra oportunidade ?
Sinto-me suficientemente pequeno e desiformado para discutir os aspectos técnicos de uma candidatura e reconhecimento do Patrimonio. Mas sinto-me suficientemente seguro em defende-lo quando leio os argumentos de quem já o estudou e o defendeu. Por isso só resta tentar e acreditar que será reconhecido este patrimonio comum.
Como ves o labor que está a realizar Ponte...nas ondas!
Este nosso envolvimento com o Ponte... nas ondas! levou-me a olhar para este trabalho que é fantástico do ponto de vista pedagógico, do ponto de vista da educação e da sensibilização para a língua. O fazer esta ponte para assim quebrar afastamento dos dois lados do mesmo rio, é uma forma inteligente de intervir e de com pedagogia e educação, mostrar tudo aquilo que nos une.
O día 6 vades compartir escenario con Luar na lubre, Socorro Lira e Avelino García na VII Mostra da Oralidade Galego-Portuguesa, que supón este encontro en Vigo ?
Este nosso grupo, este formato a cappella permite sempre estas ligações com outros artistas e outras músicas. Cantar com Uxia Senlle foi a nossa primeira experiencia galega e foi extraordinária. Agora na canção “Ponte ao meu lado” cantámos com a Guadi, que também resultou de uma forma fantástica... Por isso só esperamos o melhor do encontro em Vigo. Será com certeza um encontro de línguas quase iguais e de sotaques diferentes. E todos à volta do idioma universal que é a música.
Esperamos uma grande noite no dia 6 de Junho. Queremos ajudar nesta causa que também (já) é nossa. Vamos, com a voz, construir as pontes que forem precisas.