O Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou esta terça-feira que irá solicitar "informação completa" ao primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, a propósito do "barco do aborto" que se encontra fundeado ao largo da Figueira da Foz, depois de o Governo ter proibido a entrada da embarcação em águas portuguesas. "Também sou Comandante Supremo das Forças Armadas", avisou Sampaio.
De regresso de férias, Jorge Sampaio considerou que o caso poderá terminar num "grande problema para os juristas discutirem e que dá pano para mangas". No entanto, o Chefe de Estado afastou a ideia de existir uma eventual discordância com a posição do Governo.
O "barco do aborto" pertence à organização holandesa Women On Waves e está equipado com uma clínica ginecológica, propondo oferecer a pílula abortiva às mulheres portuguesas que queiram realizar um aborto e estejam numa fase inicial de gravidez. O Executivo proibiu a entrada da embarcação alegando razões de "saúde pública" e "respeito pelas leis nacionais".