Vieiros

Em Lusaka, o eclipse total durou três minutos e entusiasmou a multidão, que assobiou para expressar a alegria por esta experiência única. Em Harare, muitos observaram o eclipse sem óculos protectores, embora alguns tenham utilizado papel de alumínio. Os habitantes não têm condições de comprar os protectores especiais. Algumas pessoas utilizaram óculos escuros, mas estes são insuficientes para proteger os olhos da luz intensa.

Em Moçambique, poucas pessoas se deram ao luxo dos óculos. A maioria dos habitantes de Maputo preferiu ficar em casa e assistir pela televisão. Os oftalmologistas temem que este eclipse provoque graves problemas, irreparáveis, nos olhos dos africanos, que não têm condições de comprar óculos especiais.

Em alguns países da região, como Zimbabwe, Angola e Zâmbia, as autoridades distribuíram gratuitamente óculos especiais para determinados sectores da população, como os estudantes e os habitantes de zonas rurais. No último momento, o Governo de Zâmbia comprou óculos especiais, que deveriam ser distribuídos aos mais desfavorecidos nas zonas rurais. A febre do eclipse tomou conta de Harare. Num ambiente estranho, a luz do dia foi ocultada em plena manhã e muitos veículos circulavam com os faróis acesos. Várias pessoas saíram às ruas para assistir ao primeiro eclipse do século XXI, que no nordeste de Zimbabwe foi de 100%.

Os angolanos tiveram o privilégio de serem os primeiros na África a observar o eclipse, também de 100%. Alguns países fizeram campanhas, através de jornais, rádios e canais de televisão que davam conselhos de segurança para a população. A Zâmbia esperava a chegada de 20 mil turistas estrangeiros para observar o eclipse, o que pode gerar 15 milhões de dólares em lucros para o país.